quarta-feira, 29 de abril de 2009

Repórter 3G do Extra: mobilidade e conteúdo multimídia em reportagens de campo

O Extra, desde janeiro de 2009, está com o projeto "Repórter 3G" baseado na incorporação à produção jornalística de tecnologias móveis digitais em redes de terceira geração. Os repórteres munidos de celulares e notebooks realizam reportagens de campo, editando e enviando direto do local o conteúdo produzido (áudio, vídeo, textos e imagens) e que pode ser visto aqui.
Hoje foi publicado no Globo Online, no canal Amanhã no Globo, um relato do trabalho dos repórteres que permite uma visualização de como está sendo articulado o uso de tecnologias móveis digitais no Extra. Veja alguns trechos:


O projeto de Jornalismo 3G do Extra foi o tema do bate-bapo que os estagiários tiveram ontem com o editor de Cidade e Polícia do Extra, Fábio Gusmão, e o repórter Fernando Torres. Desde janeiro, os repórteres do jornal vão para a rua munidos de notebook e celular com câmera e, além de apurar para o jornal impresso, produzem material multimídia para o Extra online. O próprio jornalista filma, edita e envia os vídeos e áudios em tempo real, direto da rua, da calçada, do carro de reportagem, ou de onde mais a notícia permitir.

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- Online x impresso: O repórter 3G tem que fazer a cobertura para o online, mas também tem que guardar o lide do dia seguinte. Não pode correr o risco de ir para a pauta e priorizar o vídeo. Tem que se preocupar com tudo ao mesmo tempo agora. Vídeo é importante, mas o repórter não pode se esquecer da apuração e da fotografia, sem a qual não há matéria no dia seguinte."

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Estúdio portátil da Reuters


Este é o Kit para os jornalistas móveis ou multimídias da agência Reuters apresentado recentemente. O kit, uma espécie de estúdio portátil, é composto por câmeras de vídeo, microfones, iluminação, tripé e monitor, além de outros acessórios como pode ser visto nas duas imagens acima. A câmera Flip também é utilizada como ferramenta.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Mogulus anuncia o lançamento do Procaster para transmissões ao vivo


O Mogulus anunciou esta semana a disponibilização do aplicativo gratuito Procaster que trabalha de forma integrada à plataforma Mogulus para transmissões ao vivo. A diferença é que a ferramenta transmite de várias fontes: da webcam, da tela do computador e do videogame. Depois de instalado no seu computador com sistema Windows, você escolhe a fonte da transmissão (video, screen, game) e começa a transmitir com um simples toque no icone Go Live.  Além disso é possível compartilhar ou interagir a transmissão através de chats, twitter e inserção no blog ou site com o embed ou link para o endereço Mogulus do ao vivo. É possível definir algumas preferências de performance como a qualidade do vídeo (baixo, normal, alta, HD e customizada) e também é possível alterar outras configurações. Veja um video demonstrativo de sua funcionalidade.

Nos testes preliminares que realizei funcionou e de forma prática. Vou mexer mais um pouco para verificar com mais precisão os pontos fortes e fracos. De qualquer forma é um aplicativo para desktop. 

Manifesto sobre mídias locativas

Este blog tem discutido, ao longo destes dois anos, muitas questões relativas ao jornalismo móvel e ao jornalismo locativo como parte da minha tese de doutorado em andamento. Este panorama está englobado dentro de algumas das práticas das mídias locativas especialmente em relação à geolocalização, à ubiquidade e à pervasividade propiciadas pelas novas formas de consumo e de produção de conteúdo atreladas à introdução das tecnologias móveis e conexões sem fio no contexto contemporâneo. Portanto, para um aprofundamento de todos estes aspectos sugiro a leitura indispensável do "Manifesto sobre as mídias locativas" do professor e do meu orientador de tese, André Lemos, publicada ontem na revista eletrônica 404nOtF0und.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

terça-feira, 14 de abril de 2009

Jornal Canadense utiliza códigos de barra 2D para levar notícias ao celular


O National Post do Canadá passou a utilizar, desde o início de abril, códigos de barra 2D ScanLife na edição impressa do jornal, uma espécie de QR Code. Desta forma, um celular como iPhone munido de um aplicativo-leitor do código poderá acessar material complementar (áudio, video, imagens, páginas web). O projeto é similar ao inaugurado pelo A Tarde de Salvador em dezembro do ano passado com a tecnologia QR CODE. A diferença é que o ScanLife é proprietário, o que pode limitar a expansão do projeto. No vídeo acima é demonstrado como o leitor pode utilizar o ScanLife para a partir do jornal acessar conteúdos no celular. Mais uma vez temos aí um exemplo de interface entre uma mídia analógica e outra digital numa aproximação e interação entre plataformas objetivando a disponibilização de conteúdo jornalístico.

Veja a descrição do uso do Scanlife no National Post:

This is a Scanlife 2D barcode, and with it, the National Post is revolutionizing the way our newspaper and mobile website interact to bring you the freshest, most relevant content possible. Here's how it works:

1. On your smartphone, go to getscanlife.com and download the free Scanlife application. (Standard data rates apply.)

2. Use the Scanlife application to take a photo (or scan) of any 2D barcode like this one in the National Post.

3. Information in the barcode will instantly direct your mobile browser to relevant content on our mobile site at m.nationalpost.com.

And that's it! Check out our instructional video below for a more detailed tutorial on how to use Scanlife codes in the National Post."

Globo embarca no celular

Desde a semana passada que tentava publicar algo sobre a iniciativa da tv Globo de produzir telejornal especificamente para celulares e transmissão para ônibus. Agora sobrou um tempinho para comentar esta questão. Como todos sabem o modelo de tv digital brasileiro, originado do padrão japonês, permite o acesso também em dispositivos móveis preparados para receber o sinal digital. A Samsung já lançou no Brasil, em 2008, celulares com capacidade de recepção da tv digital aberta. Entretanto, há outro movimento em paralelo e mais rápido que este, a chamada tv móvel, com transmissão via streaming para celulares ou em forma de "pilulas" para aparelhos como o iPhone que não é exatamente a tv digital. É neste terreno que a Globo promete entrar com ênfase a partir deste ano com o lançamento de telejornais para celulares.

A Globo tem explorado bem, através dos seus sites globo.com e g1, o uso de vídeos on demand de sua programação. Logo após o fim de programas jornalísticos como Jornal Nacional as reportagens ficam imediatamente disponíveis no portal globo.com para iPhone. Em casos mais específicos como partidas de futebol é possível assistir no celular os gols ou melhores lances minutos depois de acontecerem.
As empresas de comunicação começam a investir na convergência e na mobilidade propiciada pelos dispositivos móveis como celular. Com a variação de redes disponíveis (3G, Wi-Fi) o usuário pode navegar na web ou acessar vídeos de praticamente qualquer lugar, de forma ubíqua. No anúncio da nova programação da emissora, no último domingo, William Bonner deu ênfase na intenção de levar a notícia para qualquer plataforma e para qualquer lugar. É algo parecido com o que o Globo propos no ano passado com sua campanha "muito além do papel de um jornal" defendendo a estratégia de que "Nosso negócio é informação, multiplataforma, multimarca e multigeografia".
Na contracapa do livro "tv digital no Brasil - tecnologia versus política" (SENAC, 2008), de Renato Cruz, um trecho sintetiza este novo cenário em experimentação pelos broadcast: "Televisão no celular. Televisão pela linha telefônica. Pela Internet. Pela tomada de energia elétrica. Pela rede sem fio WiMax. No iPod. No computador. No carro, no trem, no barco e no metrô. Por todas as redes, em qualquer lugar e em todos os dispositivos."

Resumo: o celular torna-se uma poderosa plataforma para recepção e para produção de conteúdo jornalístico neste ambiente de convergência em andamento.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

QR Code: do impresso para o celular



No dia 10 de dezembro de 2008 anunciamos aqui no blog a implantação da tecnologia QR Code no jornal impresso A Tarde, de Salvador, uma iniciativa pioneira no país em um jornal. Em 11 de março deste ano apresentamos outra experiência do uso de QR Code no canal de tv Multishow. Agora nos deparamos com a revista Viagem, da editora Abril, que está colocando os códigos em algumas de suas matérias para remeter para fotos, vídeos e outras informações complementares dos roteiros turísticos. Desde a edição de dezembro que a revista Viagem utiliza o recurso como forma de estabelecer uma conexão impensável há dez anos, por exemplo, entre uma mídia impressa e digital.
A tecnologia QR Code ainda é pouco conhecida no Brasil, mas no Japão é utilizada de uma forma corriqueira para acessar no celular todo tipo de informação como em cinemas, museus, metrô além dos usos em práticas da mídia locativa. O professor André Lemos, da FACOM/UFBA, vem desenvolvendo algumas experiência neste sentido junto ao Grupo de Pesquisa em Cibercidades e a disciplina de mídia locativa da graduação. O próprio André Lemos foi o primeiro a me apresentar a tecnologia e demonstrar seu funcionamento nos celulares.
O uso artístico ou informacional do QR Code demonstra o potencial de sua utilização em variadas formas a partir do acionamento das tecnologias móveis digitais com um leitor do código incorporado e a disponibilidade de conexões sem fio que gera esta interessante interface entre o analógico e o digital.
(as fotos acima são da edição de abril).

Leia mais sobre o assunto na nossa tag QR Code

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Videochamada: celular 3G para Web


Veja este teste de O Globo da videochamada Web da Claro, uma aplicação que permite uma videochamada entre um celular 3G e a web. Conforme é abordado no vídeo identifica-se a convergência entre celular-web, o que já ocorria entre celular-celular.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Reportagem com celular


Em 20 de abril deste ano ocorrerá o interessante simpósio "Reporting with the Mobile Phone: The Role of Mobile Technology as an Information Platform in China" na Annenberg Schooll For Communication, da Universidade da Pensilvânia. O título do simpósio coincide com um artigo que escrevi recentemente e que está em processo de publicação em revista científica internacional denominado "Mobile Technologies as Production Platforms in Brazilian Journalism" em que coloco exatamente o uso das tecnologias móveis como plataformas de produção jornalística tendo em vista a multiplicidade de funções acopladas aos dispositivos como celulares e smartphones e a disseminação de redes sem fio de alta velocidade como 3G, Wi-Fi e WiMax que proporciona uma estrutura adequada para o desenvolvimento de reportagem de campo (ver artigo Jornalismo Reconfigurado publicado na INTERCOM 2008).
Esta questão é central na discussão da apropriação das tecnologias móveis em redes sem fio por parte do jornalismo contemporâneo abrindo espaço para o alargamento de aspectos relacionados ao deadline dos repórteres, as condições de produção em mobilidade, os novos formatos de apresentação da notícia e, principalmente, a instantaneidade ou as novas formas de produção, distribuição e consumo de informação através de celulares e de forma ubíqua.

Abaixo, temos a transcrição da abordagem do simpósio expondo o crescimento vertiginoso do número de celulares e de consumo de informação via celulares na China e também a colocação de algumas questões fundamentais [em negrito] para entender o fenômeno da comunicação móvel no entorno das práticas jornalísticas:

As the number of Chinese using mobiles to access the Internet grow to 117 million-a growth rate of 113% in 2008 alone-more and more of China's news and information are now channeled through the mobile phone. How are mobile phones becoming a platform for the delivery of news and information, particularly by established news organizations? In what ways can cell phones provide innovative mechanisms for news gathering and news diffusion by local and national newspapers? How can journalists, innovators and media development implementers better contextualize mobile technology among past forms of new media? The purpose of the discussion is to explore these questions. It aims to encourage a greater understanding of how mobiles can strengthen journalistic practices and foster greater cooperation among researchers and practitioners on innovative uses of mobile telephony. The event will also serve as a pilot panel for an international series of online seminars focusing on emerging issues around mobile technology, media development and assistance, and civil society.