quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Celular na produção jornalística

São muitas as práticas associadas ao celular e aos dispositivos móveis na cena contemporânea. Os estudos da comunicação móvel resultam das novas implicações que emergem deste novo contexto. Este blog, como uma espécie de diário de campo de uma pesquisa de doutorado em andamento, faz parte desta tentativa nossa de mapear e compreender este cenário a partir da perspectiva do jornalimo. Desde 2007 que observamos a introdução mais intensa de tecnologias móveis como os smartphones, netbooks e de conexões sem fio na produção jornalística como experiência ou como uso sistemático.
O programa Jornal da Record começou na última segunda-feira uma série de reportagem, denominada "deixo que eu filmo", realizada exclusivamente a partir de um aparelho celular Nokia N95. Durante 40 dias o repórter Vinicius Dônala trabalhou nesta série que está sendo exibida esta semana (veja video abaixo). A particularidade esta no uso de celular em vez de câmeras convencionais. Para aproximar das condições reais de uma equipe jornalística de tv foram desenvolvidos alguns acessórios para uma melhor apropriação para a prática como relatado em matéria do portal da Record:

"A nova série do Jornal da Record, que vai ao ar até o próximo sábado (19), apresenta uma matéria exclusiva realizada com um aparelho de telefone celular. A equipe de reportagem da Record desenvolveu uma grua (espécie de guindaste utilizado em gravações, para movimentação da câmera em tomadas de cena do alto) e acoplou um telefone celular na ponta de um cano de PVC para realizar a captação das imagens e também para gravar as passagens (momento que o repórter aparece na matéria) de Vinícius Dônala."

Estamos diante de um ambiente móvel de produção. As tecnologias móveis e as conexões sem fio caminham para uma integração mais afunilada com a prática jornalística. Além dos dispositivos, cada vez mais híbridos e com crescente potência computacional, há uma série de aplicações na Web que oferta novas possibilidades para repórteres em mobilidade, em campo. Mini cameras como Flip, netbooks, celulares como Nokia N97, N900, iPhones e a expansão da computação em nuvem (apesar de instabilidade das redes móveis banda larga) permite a visualização de um cenário bem distinto de, digamos, há cinco anos.
Aos profissionais de comunicação, cabe a possibilidade de novas experimentações.
Aos pesquisadores, diante desse novo fenômeno, cabe endereçar novas questões visando problematizar para compreender as implicações (potencialidades e consequências) do uso de tecnologias móveis na rotina diária do jornalismo.

Obrigado a Sidclei Sobral pela dica.

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